quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Pacientes deitam no chão a espera de atendimento no PS de Cuiabá


Os corredores do Hospital Municipal e Pronto- Socorro de Cuiabá (HMPSC) voltaram a ser ocupados. Cerca de 20 pacientes aguardam em macas, no chão, por uma vaga na sala amarela ou um quarto da enfermaria. Entre as vítimas da situação degradante está um servidor público estadual, que precisa de fisioterapia para evitar a paralisia das pernas e recebe atendimento em local improvisado. Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Siagespoc) entrou com mandado de segurança contra o Estado para requerer o acesso à saúde.
Contorcendo-se de dor o investigador Vinícius Alves Câmara, 24, aguarda por um leito em um dos corredores da unidade de referência em urgência e emergência da Baixada Cuiabana. As 2 pernas estão sem movimento, principalmente a esquerda. Ele está com trauma na coluna vertebral, depois de ter sofrido acidente com a viatura em horário de trabalho em uma estrada de chão de Santa Terezinha (1312 km a nordeste da Capital) na quinta-feira (15). O investigador desviou de um animal, quando bateu em uma cerca por volta das 00h30.
Somente às 8h uma pessoa que passava pela estrada o socorreu inconsciente. O médico indicou a fisioterapia para reduzir os danos e tentar recuperar a atividade motora. Mas a direção do PS negou, inicialmente, realizar o atendimento no corredor.
Depois que a reportagem esteve no local o serviço foi autorizado. Junto com Vinícius, outras pessoas estão em macas nos 2 corredores próximo à sala vermelha destinada aos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e à sala amarela, considerada uma semi UTI. Auxiliar administrativa, Josiane Aparecida Silva Rodrigues, 24, acompanha na fila a espera da mãe Maria Ivonete Silva Rodrigues, 43, que sofreu acidente de trânsito na sexta-feira (16) em Sapezal (480 km a noroeste da Capital).
As 2 estão no corredor sem previsão de uma vaga no quarto. A coluna de Maria foi afetada pela batida e enquanto aguarda a filha, junta dinheiro para custear, pela rede privada, o exame de ressonância magnética no valor de R$ 800.
Auxiliar de produção Sandra Maria de Oliveira Gomes, 36, está com o filho Bruno de Oliveira Matos. O jovem precisa de uma cirurgia no pé direito, ferido por um copo de vidro em uma discussão familiar. A mãe pede urgência no atendimento, porque está sem trabalhar para ter que acompanhálo e também sem atestado. Ontem apenas 1 enfermeira e 1 técnica de enfermagem prestavam serviço aos pacientes dos corredores.

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