segunda-feira, 26 de novembro de 2012

LAVAGEM DE DINHEIRO Arcanjo aguarda para começar seu depoimento no Fórum

João Arcanjo Ribeiro 

(Atulizada às 11h30)  O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro está em Cuiabá. Ele depõe nesta segunda-feira (26) sobre  processos que tratam de supostas irregularidades na Assembleia Legislativa, na Vara Especializada Contra o Crime Organizado.
De acordo com o advogado de um dos réus, Paulo Humberto Budoia, serão ouvidas nesta segunda-feira (26) 6 testemunhas de acusação. As testemunhas de defesa devem depor só em fevereiro de 2013. Ao todo são 16 processos que tratam de supostas irregularidades na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Arcanjo é réu dos 16 processos.
 Advogados de réus, cerca de 30, e testemunhas, mais de 100, acreditam que a estratégia da Justiça em unir os processos para dar agilidade terá efeito contrário. “Corremos o risco de não termos nada resolvido. Muita gente tem foro privilegiado ou não foi intimada, o que impede a continuidade da instrução processual”, afirmou um dos advogados.
O juiz José Arimatéia Neves Costa continua ouvindo testemunhas de um dos processos. Enquanto isso, Arcanjo aguarda na carceragem do prédio do Fórum Criminal de Cuiabá, sob um forte esquema de segurança.
Um dos processos em que Arcanjo deverá ser ouvido é a ação penal contra o presidente da Assembleia, deputado estadual José Geraldo Riva (PSD) e do conselheiro afastado do Tribunal de Contas, Humberto Bosaipo pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Riva também deveria ser ouvido no processo, mas informações de advogados que estão na sala de audiência disseram que ele não teria sido intimado a depor. A ação se refere a 43 cheques nominais da Assembleia Legislativa emitidos a restaurantes e churrascarias na época em que ambos comandavam a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.
Durante a Operação Arca de Noé, deflagrada em dezembro de 2002 para combater o crime organizado em Mato Grosso, foi constatado que os documentos de identidade dos sócios dessas empresas eram falsos, assim como as empresas não estavam legalizadas junto à Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e outros órgãos públicos.
Conforme a denúncia do MPE, 21 desses 43 cheques foram trocados na boca do caixa e alguns desses sacadores seriam assessores dos parlamentares. Parte desses cheques também teria sido trocada nas factorings de João Arcanjo Ribeiro, como garantia de dívidas de campanha.
Na denúncia aceita pelo STJ, relativa a um cheque de 2002 no valor de R$ 34 mil, foi comprovado que foi Bosaipo efetuou o empréstimo junto a Confiança Factoring, de Arcanjo. O relator apontou que o dinheiro para a campanha foi conseguido mediante empréstimo pessoal efetivado pelo ex-deputado na condição de dirigente da Assembleia.

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